Uma carta para o lago

Escrevo e mando — recebem-na
os galhos da velha amora
com espinhos que nunca sofrem.
Lêem minha carta para a pluma
e a carcaça do caranguejo.
Nunca nunca consigo descrever
o sol entre as folhas,
porque não param quietas, elas.
Descrevo as do chão.
Um mosquito veio para as leituras
e canta para as pedras,
agora amigas das folhas mortas
descritas no chão.