Uma escultura em arame com dobraduras.
Flutuam esses fios de sangue, ora em êxtase, ora em total descabelamento, pois o sangue dá aos corpos tudo, absolutamente todo o espectro da experiência humana, assim então os corpos contorcem-se e celebram-se como uma sinfônica sem fôlego, mas que nunca para: do caos ao éter e do etéreo de volta ao caos, do corpo ao espírito, do devaneio da alma à lama do chão — e tudo o que couber no meio: uma ópera (Carmem?) por Callas, ou um acidente de avião, ou tiros, ou um belo casamento, ou uma vida inteira embaixo de um vulcão — o sangue de cada fio sobe agudo ou desce grave, e floresce no início e no final.
E ASSIM, O SANGUE NUNCA MORRE.