Meu Processo na Arte

Para mim só há um jeito. Isso.

Meu fascínio é por tudo o que entra e sai do Inconsciente. A Ele, o que é racional não controla. E a única maneira de tirar e ver e encontrar com qualquer vida Dele é trabalhar no espontâneo. Sincronias. Oráculos. Experimento. Esperar, deixar, nem ligar. E eu que não cresci tão desplanejada assim me enfatuo com essa vida da parte debaixo do iceberg. Babo por Ele. Pasmam-me as imagens, os símbolos. A vida dos sonhos: minha Disneylândia pessoal. Devaneio, fantasia, são nomes jogados aqui no sofá da sala. Esparramam-se na minha frente, não se envergonham quando passo.

Sei que vivo por isso. Esperando o que Ele quiser me dizer. Ele. O que lhe apetecer me revelar, quando quer, como queira. Meio da noite é Dele. Embora eu durma, e às vezes, ninja, pulo da cama, caderninho em mãos. Arrisco quase qualquer coisa pra espiar a vida dessa Alma que anda por aqui, se desenrolando na intimidade dela própria. Atrás de mil buracos de olhos, de véus de pensamento rígido, lá está Ela, vestida em sedas translúcidas e jamais compreensíveis. Eu a caço. A namoro. Venero-a dia e noite. Quebro todos os meus planos e me deixo levar. O Inconsciente é a ponte a Ela. Eu pago a moeda, e cruzo sempre que posso. Até agora, Caronte sempre quis me levar.

Sou um pouco autodidata. Não: muito. E bem nutrida de cursos e mentores que me honraram por esse caminho. Tenho alma independente. Ando por aí sozinha. Vim para mim. Para criar.

Ana Karina Luna