Chita-Bonita

Uma gravura de tiragem única.

Uma macaca-mulher. Uma mulher-macaca. Sua bolsa social. Seu anel de escrava-comprometida. Toda mulher tem um dono. Quando não é fora, é dentro. Seu pau-de-arara. Seus olhos de sangue. Sua saia de folhas cobre sua fertilidade, sua abundância. Seu rabo impossível, longo, longo, longo, no qual ela se enrola e se disfarça e se confunde. A própria libido a prende e amarra, e ainda assim pulsa vermelha. Eros é o feminino, sabem os filósofos antigos. Seu lugar de ponta-cabeça dentro da malha social. É isso mesmo que ela é? Mulher? O que é esse ser que não é "homem"?

Chita-Bonita

CHITA-BONITA
Linóleo-gravura com tiragem única (monoimpressão à mão, sem prensa) feita com tinta litográfica e detalhes de pastel à óleo sobre papel japonês de fibra de amoreira / peça única / 63 x 94cm / 2015.

R$75.000 (com moldura)


Chita-Bonita 1

(há uma prova desta peça em papel manteiga, de 70,50 x 101cm, em ótimo estado, o preto apenas levemente mais claro, disponível p/ venda por R$45,000)
Chita-Bonita 5
Chita-Bonita 3
Chita-Bonita 5

Mulher: uma construção social. Quem já leu o "Segundo Sexo"? O qual chamo da "bíblia da história de ser mulher". Nele, Simone de Beauvoir corajosamente arrasa dizendo: "Não se nasce mulher: torna-se mulher", uma das mais revolucionárias frases de todos os tempos, já que isso muda absolutamente tudo. Até mesmo a noção do que é ser homem. Fiquei grudada nesse livro. Demorei para acabá-lo, ele tem a altura de um travesseiro de gueixa. Recomendo a todos.