EXPOSIÇÃO SOLO

O Corpo é um Poema Fatiado

Ilustrações gandaieiras do corpo.

RECEPÇÃO DE ABERTURA
Sexta, 29 de Março 2019, 19h

EM CARTAZ
29 Março a 31 Maio, 2019
Café da Linda, Maceió, AL
Dentro do Teatro Deodoro, quando houver espetáculo:
Ter a Sex 18-21h   /   Sab e Dom 17-21h

Fotos da exposição →
Matéria no Blog Aqui Acolá →

Corpo Fatiado





DESENHOS GRANDES

Carvão e pastel a óleo sobre papel / 46 x 62cm / 2019


Corpo Fatiado

PELE
46 x 62cm


Corpo Fatiado

O CORPO
46 x 62cm


Corpo Fatiado

A COBRA NA ESPINHA
46 x 62cm


Corpo Fatiado

BOCA PRESA
46 x 62cm


Corpo Fatiado

PICORAÇÃO
46 x 62cm


Corpo Fatiado

UM CORPO EM OUTRO CORPO
46 x 62cm


Corpo Fatiado

O CORPO 2
46 x 62cm






DESENHOS PEQUENOS

Carvão e pastel a óleo sobre papel / 28 x 36cm / 2019


Corpo Fatiado

ESPÁDUA BEIJADA
28 x 36cm


Corpo Fatiado

BOMBA DE PEITOS E COBRAS
28 x 36cm


Corpo Fatiado

ELA ESCOLHE
28 x 36cm


Corpo Fatiado

PÉ-VULVA
28 x 36cm


Corpo Fatiado

ORGASMO COMPLETO
28 x 36cm






LINÓLEO-GRAVURAS ÚNICAS

Impressas a partir do linóleo entalhado (pressionado com colher de metal) ou blocos de madeira, com tinta óleo tipográfica e detalhes em pastel a óleo sobre papel japonês de fibra de amoreira


Mucama-Flor

MUCAMA-FLOR
Linóleo-gravura de tiragem única (monoimpressão à mão, sem prensa) feita com tinta litográfica e pastel a óleo / peça única / emoldurada / 90 x 120cm / 2015


Trava

TRAVA
Gravura usando pedaços de madeira e de tiragem única (monoimpressão à mão, sem prensa) feita com tinta litográfica e pastel a óleo / peça única / emoldurada / 80 x 100cm / 2015


Buce-Coração

BUCE-CORAÇÃO
Gravura usando blocos de madeira com tiragem única (monoimpressão à mão, sem prensa) feita com tinta litográfica e detalhes em pastel a óleo sobre papel japonês de fibra de amoreira / peça única / 81 x 88cm / 2015.

R$18.000 (com moldura)


SOBRE A EXPOSIÇÃO

A exposição "O Corpo é um Poema Fatiado" é influenciada por três elementos:

A vivência do meu livro "SAINDO DA PISCINA DE ÉTER", que relata o 'acordar do éter' durante a volta dos EUA para o Brasil em 2014: um mergulho profundo em águas Maceioenses de fascínios, afetos e sensações.

Pelas incursões na Gestalt Viva, que aborda o corpo/animal interno/instinto, e suas emoções, como caminhos de sanação.

Pela experiência da subida do mergulho de 2014, ou seja, a travessia de um deserto pessoal, e onde uma reconexão com o corpo é possível.

E como todo deserto é fértil, quando o éter passa, o que está lá?
As sensações do corpo.

Mas antes destas, é necessária uma integração: a vinda à tona do que em si mesmo se esconde. Os buracos de si. De fato, talvez, a profusão de travessões nos poemas do livro sejam arautos mudos de buracos que não desejavam se esconder mais tanto.

E o processo continua depois do livro. Em cada desenho, um a um, os travessões vão desencantando como abóbora de Cinderela. E assim surge o corpo, sábio instinto, fornecedor de informações raras e caras. O corpo, buraco em si e de si. Vazio e cheio. Deserto e oásis. Céu e inferno. O corpo que é, separação, e é junção. A civilização fez dele apenas partes, mas a cobra, o réptil que ainda carregamos em nós, sabe que o corpo é inteligentemente, ligado em todas as suas partes. Corpo é poema, e diz sempre mais do que apenas as partes. E para além de si, no 'Eu com o Outro': ali também está o corpo — no vínculo. E o replugue, cabeça-corpo, se inicia.

POEMAS EXIBIDOS


O Corpo é um Poema Fatiado

Ali à mercê:
o DNA pendurado
no corpo se desfazendo, sendo o que quer,
virando tudo ao redor.
A faca e o garfo lá. Mas não precisa, come com a mão.
Come-se pelos finais, que alimentam.
Os términos do tubo humano são os corações do comer.
Mas também espáduas beijadas viram asas.
E assim também meu fígado te estima.
Tanto o quanto se avulva, e assim me faço.
Espáduas-asas, fígado-vulva.
Não me deixas, não te deixo.
Eu te formo, tu me formas.
Senhoras e senhores,
o DNA-cobra,
a cobra eu digo, o réptil
que guarda-te a espinha,
eu digo o ânimo-animal, senhoras,
que chega em cima, de baixo,
e senhores: a kundalini.

18 a 29 Março, 2019
(foi descendo fatiado com os desenhos)


Ouça o poema →
Assista à declamação →


O Corpo

Eu pensei que sabia, mas agora
é que a teoria lambe o fato, pois
língua do corpo diz muita coisa:
pra além da pele, esborra em ato o que sente,
depois suga o ato e sente de volta o que esborra.
Inicia-se aqui a sensação-do-fato,
muito e bastante — de que sou o corpo,
de que ele sou eu,
ele é o guia,
autoestrada emocionada, às vezes rua de barro.
Corpo. Poeira. Não: pó denso.
Que posso confiar, que ele é grande, que ele é meu — ele é centro
pois pensei, há muito, que não tinha o corpo,
que tinha o corpo fraco,
que tinha e não o tinha.
Despertado, se sabe, sensível, se tem, conta histórias, se conhece,
— o corpo manda cartas, notinhas, recados, bandeiras de flor.
É radar do que não sei. (Sei sim pois corpóreo sou.)
O corpo sendo livre, é deusa.
Sendo catarse, o corpo é poeta.
O tempo do corpo — é imperativo, enorme!
Tendo corpo: um é, um foi, um será. Estou aqui, e nele está: o quê?
Sendo bolo, vê-se bolo — quem tem corpo tem prazer.
O corpo que é o da delícia. O corpo o tempo todo.
Muito prazer, sinto. Muita dor. Também.
O corpo faz bolo, come o bolo, o corpo sente: que é bolo.
Mulheres-bolo. Homens-bolo.
Comem-se, comem e são comidos.
Juntos, separados, espectrados, unidos.

18 Março, 2019
(veio com o primeiro desenho: "O Corpo")


Ouça o poema →
Assista à declamação →