LINÓLEO-GRAVURAS ÚNICAS
Impressas a partir do linóleo entalhado (pressionado com colher de metal) ou blocos de madeira, com tinta óleo tipográfica e detalhes em pastel a óleo sobre papel japonês de fibra de amoreira
SOBRE A EXPOSIÇÃO
A exposição "O Corpo é um Poema Fatiado" é influenciada por três elementos:
A vivência do meu livro "SAINDO DA PISCINA DE ÉTER", que relata o 'acordar do éter' durante a volta dos EUA para o Brasil em 2014: um mergulho profundo em águas Maceioenses de fascínios, afetos e sensações.
Pelas incursões na Gestalt Viva, que aborda o corpo/animal interno/instinto, e suas emoções, como caminhos de sanação.
Pela experiência da subida do mergulho de 2014, ou seja, a travessia de um deserto pessoal, e onde uma reconexão com o corpo é possível.
E como todo deserto é fértil, quando o éter passa, o que está lá?
As sensações do corpo.
Mas antes destas, é necessária uma integração: a vinda à tona do que em si mesmo se esconde. Os buracos de si. De fato, talvez, a profusão de travessões nos poemas do livro sejam arautos mudos de buracos que não desejavam se esconder mais tanto.
E o processo continua depois do livro. Em cada desenho, um a um, os travessões vão desencantando como abóbora de Cinderela. E assim surge o corpo, sábio instinto, fornecedor de informações raras e caras. O corpo, buraco em si e de si. Vazio e cheio. Deserto e oásis. Céu e inferno. O corpo que é, separação, e é junção. A civilização fez dele apenas partes, mas a cobra, o réptil que ainda carregamos em nós, sabe que o corpo é inteligentemente, ligado em todas as suas partes. Corpo é poema, e diz sempre mais do que apenas as partes. E para além de si, no 'Eu com o Outro': ali também está o corpo — no vínculo. E o replugue, cabeça-corpo, se inicia.