Desenhos em técnica mista: carvão e pastel a óleo sobre papel / 46 x 62cm (grandes) e 28 x 36cm (pequenas) / 2019
Essa coleção foi mostrada na Exposição "O Corpo é um Poema Fatiado" Em cartaz de 29 Março a 31 Maio 2019
No Café da Linda, dentro do Teatro Deodoro
Em Maceió, AL
A exposição "O Corpo é um Poema Fatiado" é influenciada por pelo menos três elementos: a vivência do meu livro "SAINDO DA PISCINA DE ÉTER" (que relata o 'acordar do éter' durante a volta dos EUA para o Brasil em 2014: com um mergulho profundo em águas Maceioenses de fascínios, afetos e sensações), pelas incursões na Gestalt Viva (que aborda o corpo/animal interno/instinto, e suas emoções, como caminhos de sanação), e pela experiência da subida do mergulho de 2014 (ou seja, a travessia de um deserto pessoal, e onde uma reconexão com o corpo é possível). E como todo deserto é fértil, quando o éter passa, o que está lá? As sensações do corpo. Mas antes destas, é necessária uma integração: a vinda à tona do que em si mesmo se esconde. Os buracos de si. De fato, talvez, a profusão de travessões nos poemas do livro sejam arautos mudos de buracos que não desejavam se esconder mais tanto. E o processo continua depois do livro. Em cada desenho, um a um, os travessões vão desencantando como abóbora de Cinderela. E assim surge o corpo, sábio instinto, fornecedor de informações raras e caras. O corpo, buraco em si e de si. Vazio e cheio. Deserto e oásis. Céu e inferno. O corpo que é, separação, e é junção. A civilização fez dele apenas partes, mas a cobra, o réptil que ainda carregamos em nós, sabe que o corpo é inteligentemente, ligado em todas as suas partes. Corpo é poema, e diz sempre mais do que apenas as partes. E para além de si, no 'Eu com o Outro': ali também está o corpo — no vínculo. E o replugue, cabeça-corpo, se inicia.